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As reformas da previdência e trabalhista só vão passar se o povo ficar alienado, esperando um milagre. Milagres não existem e é preciso comprometimento da sociedade para impedir o retrocesso e mudar o país. A afirmação foi feita pelo professor e cientista político Erledes Elias da Silveira, durante palestra para dirigentes frentistas, em Brasília. Segundo ele, existem hoje mais de 9 mil sindicatos filiados as principais centrais do país, e se cada entidade levar 3 dirigentes para ao Congresso Nacional, serão 27 mil pessoas exigindo justiça.
Ele chamou a tenção das dirigentes sindicais para a importância da participação feminina na luta por direitos, já que as mulheres no Brasil ocupam 47% das vagas no mercado de trabalho. Mesmo assim, em algumas categorias, com exceção dos frentistas, a mulher ganha até 25% a menos que os homens e enfrenta dificuldades de ascender na carreira. Apesar de ter lutado e conquistado seu espaço na sociedade, a mulher ainda convive com a desigualdade.
Erledes Elias disse que o movimento sindical brasileiro passa por uma crise de identidade, de representatividade, de respeitabilidade da sociedade e de credibilidade junto aos trabalhadores. Mas, mesmo assim, os sindicalistas precisam reagir para impedir a aprovação das reformas da previdência e trabalhista, que se consumadas irão aniquilar as conquistas dos trabalhadores.
A crise econômica e política do país exige do sindicalismo luta redobrada. Dados oficiais mostram que existem cerca de 13 milhões de desempregados no país. No entanto, o número de desocupados chega a quase impressionantes 30 milhões. O que representa quase três vezes a população de Portugal. O número de pessoas desocupadas que desistiram de procurar emprego chega a cinco milhões, (emprego oculto) e some-se a isso, mais de 12 milhões de brasileiros, acima de 16 anos, enquadrados na denominação NEM-NEM: Nem estudam e nem trabalham.
Para o cientista político a transformação só vai acontecer através da conscientização. “O trabalhador tem que ter a consciência da importância do seu papel na sociedade, já que é responsável pela produção da riqueza da nação. Não há outra forma de produzir riqueza sem a mão de obra. A educação é o caminho para a mudança. Mas, mesmo assim, os sindicatos não defendem, com o vigor necessário, essa proposta”.
Erledes Elias afirmou que quem não gosta de política não gosta de viver. Para ele, política é a luta pela dignidade da vida, por saúde, emprego e saneamento básico. Por isso é preciso criar a consciência crítica nas pessoas. “O conhecimento é o melhor caminho para a libertação do povo”.
Fonte:http://www.fenepospetro.org.br